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Os registros paroquiais em Portugal: batismo, casamento e óbito

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Para quem investiga antepassados em Portugal, os registros paroquiais constituem uma essencial fonte para a pesquisa genealógica e histórica. Isso porque tais documentos oferecem uma visão das vidas e os eventos que marcaram as pessoas.

E compreender a composição desses registros é fundamental para aproveitar ao máximo o seu potencial informativo.

Quando surgem os registros paroquiais em Portugal?

Embora existam casos anteriores, a obrigação de realizar os registros paroquiais em todas as igrejas aconteceu em 11 de novembro de 1563, no Concílio de Trento.

Na sessão ficou estipulado que cada pároco terá um livro, onde deve escrever os nomes dos contraentes, as testemunhas, a data e o lugar. Ademais, o documento trata dos batismos, estipulando que no máximo um homem e uma mulher sejam padrinhos.

Já os registros de óbito foram introduzidos posteriormente, em 17 de junho de 1614, com o Ritual Romano de Paulo V.

Tipos de registros

Os registros paroquiais em Portugal se dividem em três categorias principais: batismos, casamentos e óbitos. Cada uma delas contém informações específicas sobre eventos cruciais na vida dos indivíduos e de suas famílias.

  • Batismos: documentam os nascimentos e batismos de indivíduos, geralmente fornecendo detalhes como as datas de batismo e nascimento, o nome da criança, os nomes dos pais e, por vezes, informações adicionais sobre parentes próximos e padrinhos.
  • Casamentos: relatam as uniões matrimoniais entre indivíduos, incluindo informações como as datas do casamento, os nomes dos noivos, as idades, os locais de residência e, ocasionalmente, os nomes dos pais e das testemunhas.
  • Óbitos: mostram os falecimentos e enterros de indivíduos, geralmente incluindo detalhes como a data do falecimento, o nome do falecido, a idade, o estado civil e, por vezes, informações sobre a causa da morte e o local de sepultamento.

Informações encontradas nos registros

1. Batismo:

Em suma, o documento apresenta a data que ocorreu o batismo, o nome do batizado, os nomes dos pais e os padrinhos.

Entretanto, quanto mais recente o batismo, maior a probabilidade de conter inúmeras outras informações. Há casos de partidas que, além dos dados citados anteriormente, possuem a data de nascimento, os nomes dos avós, a origem dos pais, a profissão dos pais e as testemunhas.

Só para exemplificar, a seguir são apresentados dois casos:

Batismo de Pedro (1588)

Pedro foi batizado no dia 11 de setembro de 1588, em Cossourado, e esse registro apresenta:

  • Nomes dos pais: Pedro Pires e Branca Anes.
  • Padrinhos: Gonçalo Antonio da Cadanosa e Isabel Anes, mulher de Francisco Pires, filha de Juan Domingues.

Batismo de Francisco (1862)

Por outro lado, no batismo de Francisco, que aconteceu em 29 de janeiro de 1862, também em Cossourado, podemos ver uma quantidade maior de informações:

  • Data de nascimento: duas da tarde do dia 26 de janeiro.
  • Primeiro filho deste nome.
  • Pais e profissão: Antonio Ferreira (pedreiro) e Anna Maria.
  • Local de casamento e residência dos pais: recebidos nesta freguesia e moradores do lugar das Casas Novas.
  • Avó paterna: Anna Joaquina, solteira, desta freguesia de Cossourado.
  • Avós maternos: Domingos Antonio da Rosa e Rosa de Faria Macedo, desta freguesia.
  • Padrinhos: Francisco Manuel Lacerda, solteiro e morador de Giestal; e Maria, solteira, filha de Anna Maria Barbosa, viúva, e moradora de Seixomil, da freguesia de Salvador de Campo.
2. Matrimônio

Entre as informações que dá para encontrar nos registros de matrimônio estão os nomes dos noivos, local de residência, idade, nomes dos pais, padrinhos e testemunhas.

Primeiramente, vejamos dois exemplos:

Matrimônio de Gonçalo Afonso e Maria Pereira (1594)

O registro aconteceu em São João do Souto, Braga, e possui as seguintes informações:

  • Data: 20 de fevereiro de 1594.
  • O noivo é morador de São Sebastião, da freguesia da Sé.
  • A noiva é moradora do Campo da Vinha.
  • Testemunhas: Manuel dArauio e Felipe Soares, cidadãos desta cidade, o abade Gaspar Alvares Leireão, Manuel de Medeiros e Francisco Freire.

Matrimônio de Miguel José Gonçalves e Anna Maria da Conceição Ferreira (1862)

Este casamento aconteceu em 15 de agosto de 1862, em São João do Souto, Braga. E no documento dá para conferir os seguintes dados:

  • Miguel tem 24 anos, é fabricante de vela de sebo e é natural da freguesia de São Pedro de Maximinos.
  • Pais do Miguel: João José Gonçalves, natural de São Mamede de Gomide (Vila Verde), e Anna Joaquina, natural de São Pedro de Maximinos.
  • Anna Maria tem 22 anos, é natural de São Pedro de Maximinos.
  • Pais da Anna Maria: João Ferreira e Maria Ribeiro, ambos de São Pedro de Maximinos.
  • Testemunhas: João José Carneiro Leal, casado e mestre barbeiro, e José Ignácio da Costa, solteiro e servo da Confraria do Santíssimo Sacramento.
3. Óbito

Os registros de óbito dá para encontrar várias informações, como, por exemplo, nomes de cônjuges; se é viúvo, casado ou solteiro; nomes dos pais; avós; profissão; lugar de residência; causa do falecimento; se deixou testamento; e testemunhas.

Em seguida, há duas partidas de óbito:

Óbito de Maria Pires (1595)

Maria Pires faleceu aos 22 de agosto de 1595 em São Martinho (Gondomar, Braga). Seu registro de óbito aponta:

  • Era casada com Pedro Duarte.
  • Deixou testamento.

Óbito de Custódio Manoel Antunes (1861)

Custódio Manoel Antunes faleceu em 12 de maio de 1861. Ao contrário do caso anterior, este documento apresenta mais dados:

  • Lavrador.
  • Casado com Francisca Maria Antunes.
  • Natural da mesma paróquia.
  • Pais: filho legítimo de José Pedro Antunes e Maria Theresa do Valle.
  • Avós paternos: João Antunes e Josefa Vas.
  • Avós maternos: Sebastião Lopes e Custódia Vieira.
  • Fez testamento.
  • Deixou dois filhos e uma filha, menores.


Imagens: Arquivo Distrital de Braga

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